por Cícero Domingos Penha [1]
A ditadura dos negócios não perdoa empresas de respostas lentas, aquelas incapazes de inovar e de produzir mais e melhor. Por isso, as organizações, cada vez mais, demandam por um quadro de talentos de altíssimo nível. Querem pessoas que entendam com facilidade o significado do cliente para os seus negócios, boas de iniciativa, com senso de urgência e gestos que deixem positivamente surpresos os personagens que se relacionam com a empresa. Em outras palavras, para ficar sintonizado na era da tecnologia da informação, buscam gente com o perfil que podemos chamar de Talento “banda larga”.
Talento “banda larga” é, em poucas palavras, o profissional que tem a mente expandida. Destaca-se por ter um modelo mental mais abrangente que a maioria. Pensa grande. Tem uma capacidade acima da média de criar, interpretar, compreender, diferir e de se inspirar. Por essas qualidades não se escandaliza com o novo, pelo contrário, gosta sempre de novidades, promove e aceita mudanças com muito mais facilidade, dá abertura para quem está a sua volta exercer o contraditório e vê o futuro com outros olhos.
As empresas procuram desesperadamente por esses talentos porque eles também se destacam em outra qualidade muito importante, a de campeões de boas atitudes. O “banda larga”, geralmente, não espera para ser cobrado por missões e tarefas, é ele quem sempre surpreende com boas iniciativas. Por ser alguém que consegue entender o significado do seu cargo e do seu papel na empresa sabe o tempo e a hora o que precisa ser feito. Ou seja, é bem diferente daquele que é “banda estreita” e que vive colocando as suas ações no gerúndio: estou pensando, estou analisando, estou vendo, estou planejando.
Infelizmente, não são muitos os que conseguem desenvolver este perfil no Brasil de hoje. Quando se analisa a massa de talentos do mercado de trabalho, eles não passam de 20%. Nossas empresas - na verdade, em algumas áreas, como a de tecnologia - precisariam inverter essa ordem, ou seja, ter pelo menos 70% de seus quadros de talentos “banda larga”. Nos demais negócios, precisaríamos chegar a pelo menos 50% de talentos diferenciados. O caminho é a educação de qualidade desde o maternal.
É do meio dos chamados “banda Larga” que costuma sair as futuras lideranças da empresa porque, com a mente expandida, conseguem mais facilmente estar abertos tanto para o lado humano quanto para o dos negócios. Conseguem agir com maior equilíbrio entre gestão dos capitais humano e econômico.
Como são profissionais de visão, não ficam na empresa se não enxergarem oportunidades de crescimento, se não se sentirem valorizados ou se perceberem que suas lideranças falam uma coisa e praticam outra. Por serem vitais para o negócio, são constantemente observados e, via de regra, são os primeiros a serem considerados nas promoções.
No entanto, uma parcela considerável da polução ainda é, no linguajar da internet, “linha discada”. Ou seja, mal sabe escrever, muito menos interpretar. Porém, é possível, sim, transformar um “banda estreita” em um “banda Larga” desde que ele queira - e invista - muito em aprendizagem e evolução da sua mente. Leva tempo, às vezes anos, mas é possível.
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Artigo gentilmente cedido pelo autor.
[1] O autor é vice presidente corporativo de talentos humanos do Grupo ALGAR.
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