Jerusalém é uma das regiões mais interessantes do planeta. Local considerado sagrado por diversas religiões e palco de tensões derivadas do conflito entre etnias, culturas e religiões. Este é o cenário inicial do filme “A missão do Gerente de Recursos Humanos”, de Eran Riklis.
Uma imigrante Romena chamada Yulia morre em um atentado terrorista em Jerusalém. Junto ao corpo é encontrado um recibo de salário da empresa onde trabalhava, uma Panificadora, a maior da região. Um jornalista ameaça escrever um artigo acusando a empresa de não se importar com seus funcionários. O gerente de recursos humanos, Mark Ivanir, recebe então a missão de impedir a publicação deste artigo que poderá denegrir a imagem da empresa em que trabalha.
O gerente não conhecia a funcionária 535, Yulia Petracke, e ao investigar o ocorrido descobre que ela havia sido despedida há um mês pelo seu supervisor que, no entanto, não relatou ao RH. O gerente passa a ter a missão de reconhecer o corpo da funcionária morta e levá-lo até seu país de origem, a Romênia, onde vive sua família.
Chegando à Romênia o gerente de recursos humanos passa a ter a missão de contar a família - filho e ex-marido – sobre o falecimento de Yulia. Podendo deixar o corpo no destino inicial o gerente resolver buscar pela mãe de Yulia, a pedido do filhe dela.Vagando pelas estradas romenas em um furgão velho azul e branco, com um caixão e um corpo, às vezes sobre o teto e às vezes dentro do furgão, Mark passa a refletir sobre sua própria vida e a forma como a conduz.
A busca por levar Yulia junto aos seus, à sua origem parece concluir quando encontram a mãe dela em sua cidade natal. Contudo, a mãe questiona se Yulia realmente pertencia àquele lugar e àquelas pessoas.
De missão em missão, nota-se a busca paralela do gerente de recursos humanos pela identidade de Yulia que está morta e por sua identidade, pois ele apesar de sobreviver encontra-se “internamente morto”, com o casamento em runínas e se afastando de sua filha.
O filme trás uma interessante reflexão sobre o autoconhecimento e busca pelo sentido de estar vivo.
Destacam-se ainda a o fato de o único personagem que possui nome é o personagem que inicia o filme já morto, no caso Yulia Petracke, e as sutilezas cômicas do diretor que retratam o nosso dia a dia e o descolamento de sentido do que fazemos com o que somos.
Esta foi a impressão e vale a dica. Um ótimo filme para se refletir.
Dados Técnicos:
A Missão do Gerente de Recursos Humanos (The Human Resources Manager) – 103 min
Israel, Alemanha, França – 2010
Direção: Eran Riklis
Roteiro: Noah Stollman – Baseado no romance de Abraham B. Jehoshua
Elenco: Mark Ivanir, Reymond Amsalem, Gila Almagor
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