Congresso 2015

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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Em se tratando de tempo, a decisão estratégica é o que não deve ser feito

Salvador Dalí



A administração do tempo é vital para conseguirmos desenvolver uma atuação alinhada com os objetivos estratégicos considerados importantes pela nossa organização. Muitas vezes, por exemplo, a gestão de pessoas não é feita da maneira adequada porque os incêndios e o trabalho operacional dominam o nosso cotidiano. Isso se aplica também para outras atividades estratégicas, como a gestão de processos, inovação etc. 


Esse é um problema mundial. Pesquisa recente da renomada consultoria McKinsey mostrou que apenas 52% dos CEOS conseguem usar seu tempo de acordo com as prioridades estratégicas de suas organizações.



Como escapar dessa armadilha, que também se estende para nossa vida pessoal?



O boletim de janeiro de 2013 da consultoria McKinsey trouxe um artigo bem interessante, no qual o autor destaca:
  • Dado o fluxo interminável de informações e demandas, escolher o que não fazer é a atividade estratégica mais importante em se tratando de gerenciamento do tempo.
  • Uma abordagem eficiente é escolher 5 áreas para focar em 1 ano e dedicar 95% do tempo a elas, pois é impossível manter o foco com um número maior de prioridades.
  • Por sua vez, as 5 áreas dos profissionais que se reportam a você devem ser decorrência direta das suas 5 áreas. É aí que está a chave para o alinhamento e encadeamento de estratégias e ações.
  • Com base nesse alinhamento, gerencie seus profissionais com base nessas prioridades sem incorrer no erro do microgerenciamento.



O artigo, que é bem curto e direto, pode ser lido no site do autor:




Boa leitura!

contribuição de Hamilton Coimbra Carvalho, Mestre em Administração pela USP e Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo.

terça-feira, 23 de abril de 2013

5 grandes verdades da “vida online”



Um dos maiores desafios que os jovens têm enfrentado atualmente é o de conseguir definir com clareza o que, em sua vida, é de domínio público e o que deve permanecer discretamente reservado aos círculos privados.

O tema é sempre muito debatido e isso reflete a intensidade desse desafio, por isso, creio que devemos estar atentos a alguns pontos:

É indispensável estar conectado – as redes sociais definem todas as manifestações de interação de agora em diante. Ter uma presença, um posicionamento em redes sociais tornou-se absolutamente indispensável para qualquer pessoa ou corporação que queira participar do mercado. Tornou-se um risco muito grande manter uma posição de omissão.

Contato não é relacionamento – no mundo digital, os relacionamentos atingem um grau de complexidade tão grande que somente através das redes é possível dar conta de tantos contatos. Todos querem se conhecer, ou, pelo menos, manter uma fina camada superficial de conexão que permita se atualizar sobre a vida de outras pessoas, contudo, não se pode confundir as coisas.

O principal filtro é você – o que vemos e deixamos de ver é reflexo de nosso comportamento online e acontece como resultado direto dos contatos que adicionamos a nossa rede de relacionamento e do que decidimos curtir e compartilhar.

A vida online é pública – não podemos ignorar que temos um controle parcial sobre nossa presença virtual. Mesmo quando não divulgamos nossas informações, outras pessoas fazem isso e nos envolvem através de marcações e curtidas, divulgando nosso status, nossos comportamentos e nossa presença em diversos locais e situações.

Sua opinião te define – toda a tecnologia que surgiu nos últimos vinte anos afetou completamente o sistema cognitivo das pessoas e o maior impacto que se observa é na comunicação. Tudo que você fala, comenta, compartilha e curte agora é parte de sua personalidade e será usado para definir quem você é.

Vivemos um tempo em que as conexões assumiram conceitos sociais profundos e no qual se busca o desenvolvimento de ferramentas que permitam suprir a intensa expectativa por comunicação e relacionamento. Por isso, o melhor é cuidar de sua a vida online, pois precisaremos estar preparados para cenários que ainda não existem, usando tecnologias que ainda não foram inventadas, para resolver problemas que ainda não sabemos que serão problemas.

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* Consultor, Autor e Palestrante, expert em Conflitos de Gerações, Geração Y e Z, desenvolvimento de Jovens Talentos e Redes Sociais, tendo desenvolvido soluções em programas educacionais e comportamentais para mais de 35 mil profissionais em empresas como Vale do Rio DocePetrobrasGerdau,Santander, TAM, Unimed entre outras.

Formado em Marketing e Administração de Empresas, autor de vários livros sobre Liderança e Administração. É  sócio-fundador da Kantu Educação Executiva, Vice-presidente do Instituto Atlantis de preservação ambiental  e membro do conselho de administração da Creditem Cartões de Crédito e do Fórum de Líderes Empresariais.

É também colunista com artigos publicados nos portais Exame.comCatho OnlineClick Carreira e Café Brasil.

http://www.sidneioliveira.com.br/samba/

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Gerações: conflitos e bons encontros no ambiente de trabalho





O diálogo sobre diferenças entre gerações que aconteceu no dia 10/04/2013, na Escola de Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo “Paulo Renato Costa Souza” – EFAP, contou com a presença do palestrante Sidnei Oliveira (consultor, autor e expert em conflitos de gerações), e de  cinco convidados:
  • Yuri Silva Ramos, 20 anos. Oficial Administrativo na Secretaria de Gestão Pública.Há 6 meses no serviço público estadual. Cursando o primeiro semestre do ensino superior em Gestão de Recursos Humanos.
  • Claudia Chiaroni, 47 anos. Coordenadora da Coordenadoria de Administração e Finanças da Secretaria da Educação. 27 anos de experiência no serviço público estadual.Formação: Economia na PUC-SP.
  • Mariana Wiezel dos Santos, 27 anos. Gerente de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas no Hospital das Clínicas de São Paulo. Há 1 ano no serviço público estadual.Formada em Fisioterapia, UNESP-Marília. Possui Pós-Graduação em Administração em Saúde.
  • Ivani Maria Bassotti, 57 anos. Coordenadora da Unidade Central de Recursos Humanos da Secretaria de Gestão Pública. 34 anos de experiência no serviço público. Formação: Economia pela PUC-Campinas.
  • Diego Torres Martins, 29 anos.Presidente da Acesso Digital, fundou a empresa em 2007. Graduado em Marketing, pela Universidade Anhembi Morumbi, possui especialização em Gestão Orientada a Resultados, pela Fundação Dom Cabral. Por conta da atuação à frente da Acesso Digital, em 2008, foi eleito o Empreendedor de Sucesso, na categoria Oportunidade, pela Fundação Getúlio Vargas e a Editora Globo. Além disso, tornou-se integrante da rede Empreendedor Endeavor, em 2011.
Na palestra de abertura, Sidnei trouxe reflexões sobre a convivência das diferentes gerações no ambiente de trabalho e nas nossas relações interpessoais, apontando as principais dificuldades e ganhos desta interação, explicando que a principal causa das diferenças entre as gerações é a super proteção aos mais jovens, que foi aumentando gradualmente a partir da década de 70, deixando a geração “Y”, mais contestadora não reagindo muito bem ao conjunto de regras já estabelecidas da geração anterior.
Aberto o diálogo para os convidados que compunham a mesa, a discussão enveredou por temas polêmica relativos ao conflito de gerações, como as questões comportamentais e motivacionais. Os trabalhos foram finalizados com o palestrante apontando  os ganhos que cada geração pode obter em uma inteiração saudável com as demais. Os mais experientes podem aproveitar o entusiasmo, o potencial inovador e o conhecimento tecnológico dos mais novos, ao passo que estes podem aprender muito com a experiência acumulada e com a resiliência dos veteranos. A maior fragilidade das gerações mais novas é sua imaturidade, que pode ser desenvolvida através de um processo de "mentoring" conduzida pelos colegas mais experientes.
PARTICIPANTES DO DIÁLOGO SOBRE GERAÇÕES

Sidnei Oliveira

Yuri Silva Ramos

Claudia Chiaroni

Mariana Wiezel dos Santos
Ivani Maria Bassotti
Diego Torres Martins

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Quebrando mitos: a pausa é necessária para o desempenho ótimo.



por Hamilton Coimbra Carvalho*


Muita gente se pergunta se aquelas pausas que os profissionais fazem ao longo do dia para tomar um cafezinho e conversar rapidamente com os colegas de trabalho atrapalham a produtividade. Outros se perguntam como direcionar sua energia ao longo do dia para atingir uma produtividade ótima. O que dizer ainda sobre a duração máxima de uma reunião ou da estruturação de um curso para extrair o máximo de atenção dos alunos?

Como reconhece o executivo Tony Schwartz, as organizações não sabem ainda lidar com o conhecimento científico relativo aos ciclos de atividade individuais. Muita gente já ouviu falar sobre ritmos circadianos (que se repetem ao longo de um período aproximado de 1 dia, como os ciclos de sono e vigília), mas pouca gente já ouviu falar sobre ritmos ultradianos. É um tema que vem capturando o interesse de empresas e escolas nos últimos anos, pois a ciência já provou que, de maneira geral, nós seguimos ao longo do dia diversos ciclos de atividade, sempre com o mesmo padrão:

Pico de atividade em torno de 90 minutos a 2 horas, seguido por um período improdutivo de pelo menos 15 a 20 minutos.

Estudos feitos com violinistas e outros profissionais de primeira linha mostram que o respeito a esse ciclo rende os melhores resultados e que prosseguir nas tarefas sem uma pausa a cada pico de atividade não apenas é contraproducente, como também tem resultados ruins para a saúde. Em um contexto de trabalho, um experimento mostrou que funcionários de um banco nos Estados Unidos que se programaram de acordo com o ritmo ultradiano geraram resultados melhores (rentabilidade e número de empréstimos) do que aqueles que trabalhavam do jeito tradicional, com pouca ou nenhuma pausa entre os picos de atividade.

Esse é mais um exemplo de conhecimento científico que vai contra nossa intuição. Mas há cada vez mais empresas que estruturam seu trabalho respeitando o ritmo ultradiano, criando salas de “descompressão” e salas para interação social durante o trabalho. Na mesma linha, as pausas para o café são importantes.

Para saber mais, leia esse curto artigo do Tony Schwartz no Blog da Harvard Business Review, que trata também da necessidade de se focar no valor produzido pelos profissionais e não no número de horas a que eles estão sujeitos : 

E ainda um artigo do mesmo autor em outro site:

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* Hamilton Coimbra Carvalho é Mestre em Administração pela USP e Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cursos da Escola AFPESP



Utilizamos agora o espaço do Blog da Unidade Central de Recursos Humanos para divulgar dois cursos ministrados pela Escola - AFPESP

Esclarecemos que não existe vínculo entre a Secretariade Gestão Pública e a Unidade Central de Recursos Humanos com os cursos, portanto, para maiores informações acesse: www.escola.afpesp.org.br




segunda-feira, 1 de abril de 2013

Um modelo para compreender as possibilidades de desenvolvimento dos gestores públicos [parte 3]




HÉLIO JANNY TEIXEIRA
Doutor e Livre-docente em Administração pela FEA-USP e professor da mesma instituição.

SÉRGIO MATTOSO SALOMÃO 
Administrador pela FEA-USP e pesquisador da Fundação Instituto de Administração (FIA).



UMA VISÃO ABRANGENTE

Grandes ganhos podem ser obtidos com a convergência dos últimos fatores descritos. Quanto maior a coerência entre a avaliação do desempenho no cargo e o comportamento real do gestor, entre a medida de desempenho no cargo e as medidas de resultados globais (com a identificação precisa de quais fatores de desempenho efetivamente geraram impactos e em que grau nos resultados globais da organização) e, concomitantemente, quanto maior a acuidade das medidas de desempenho global, tanto maiores serão as possibilidades de que esses indicadores consigam guiar o comportamento do gestor na direção desejada.

Por meio da análise desse modelo, pode-se perceber a dificuldade do estudo profundo do trabalho do gestor público. São inúmeras as variáveis que agem simultaneamente sobre o “comportamento no cargo”: ambiente externo, pessoa, organização, exigências do cargo, características pessoais do ocupante, informações quanto ao desempenho e quanto aos resultados alcançados.

Um programa de desenvolvimento abrangente deve combinar a melhoria do desempenho individual dos participantes com o incremento do seu desempenho conjunto, ou seja, a melhoria do trabalho em grupo e do próprio processo de gestão da organização. Deve procurar a articulação de medidas que considerem as aspirações e os anseios dos gestores e demais profissionais e os meios e recursos disponibilizados pela administração, conforme a Figura 3.3.



É necessário fazer esforços para gerar e fortalecer nos participantes a consciência da necessidade e o conhecimento das ferramentas para a construção de um processo sustentado de mudança, em que parte e todo se influenciam mutuamente, de forma transparente e evolutiva.

A compreensão da complexa interligação entre os elementos existentes para a formação do comportamento eficaz demonstra a necessidade de maior abrangência e profundidade nos programas de desenvolvimento, os quais devem ser precedidos de amplo diagnóstico com intensa participação, tanto para a análise dos perfis dos gestores e das necessidades de treinamento e desenvolvimento, quanto para a verificação das necessidades de aprimoramento dos sistemas e modelo de gestão da organização. Ainda que nem sempre seja possível a promoção de mudanças na organização, ao menos a seleção e priorização dos conteúdos dos programas de formação deve manter coerência com as prioridades e práticas organizacionais, reduzindo dissonâncias e evitando maiores frustrações. É claro, contudo, que isso não impede a inclusão de temas que fujam a essa regra, mas a título exclusivo de estimular a reflexão para eventuais transformações no cenário organizacional.
Reafirmamos que todo gestor precisa compreender as exigências do seu cargo e o contexto de seu trabalho para poder avaliar com mais clareza as restrições a que está sujeito e fazer as melhores escolhas possíveis.

Mesmo que exista a necessidade de revisão do marco institucional — conjunto de leis e normas que regem as atividades — não há dúvida de que resta um espaço de gestão a ser mais bem utilizado pelos administradores. A falta de tempo não impede a vitória sobre esse desafio; é mais uma questão de direcionamento de energias. Obstáculos existem, mas não devem ser ignorados nem tampouco superestimados, já que não são instransponíveis. Além disso, muitas políticas vigentes são adversas e precisam ser revistas. De fato, faltam recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos, e a autoridade formal do gestor sobre os processos para obtenção e alocação desses recursos, na maioria das vezes, é limitada. Não bastassem esses problemas, há, também, percepções desfavoráveis quanto à compensação (salários, benefícios e perspectiva de carreira) e quanto ao padrão burocrático de gestão adotado na área pública.

A falta de recursos, que é real e percebida pelos gestores, traz consequências para o bom desempenho no cargo. Configura-se uma verdadeira síndrome da insuficiência de meios e excesso de restrições. Os funcionários tendem a superestimar as restrições e carências e a subestimar os próprios poderes de decisão, de escolha e de resolução de problemas.

A realidade é percebida com desvio que protege o indivíduo. Sabe-se que é mais fácil para o ser humano perceber seus direitos e dificuldades enfrentadas do que seus deveres e possibilidades de atuação criativa. Isso não deixa de ser um mecanismo de defesa, em que as restrições e principalmente a falta de recursos, obviamente existentes, são superestimadas, com o propósito inconsciente de justificar certa paralisia ou a falta de agressividade diante das situações-problema.

Já se tornou lugar comum afirmar que a visão global ou sistêmica é essencial para qualquer dirigente. Isso é ainda mais difundido no caso do gestor público, que deve ser um personagem ativo no seu meio, atento às necessidades da população a que serve e preocupado em situar essas necessidades em face dos objetivos e orientações que derivam das políticas estabelecidas.

O gestor é um agente fundamental na articulação da equipe e dos recursos disponíveis, configurando-se, assim, um novo quadro de exigências a que se precisa atender. Nesse modelo, o administrador representa a figura principal, cuja atuação pode determinar a qualidade do serviço prestado. Dimensões nem sempre muito lembradas, desde características de personalidade até especificidades do ambiente externo, passando pela capacitação da equipe de trabalho, tornam-se prioritárias para o desempenho adequado do gestor.


REFERÊNCIAS

CAMPBELL, J. P. et al. Managerial behavior, performance, and effectiveness. New York: McGraw-Hill, 1970.
MLODINOW, L. O andar do bêbado: como o acaso determina nossas vidas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
TEIXEIRA, H. J. et al. Fundamentos de Administração: a busca do essencial. São Paulo: Elsevier, 2010.



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Artigo extraído do livro "Contribuições para a Gestão de Pessoas na Administração Pública". 
Conheça o livro e faça o download gratuito em www.recursoshumanos.sp.gov.br/paprh