Congresso 2015

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terça-feira, 1 de abril de 2014

Convença seu Chefe



A exemplo do checklist, também a arte do convencimento não tem uma fórmula secreta infalível, ou, se ela existe, humildemente confessamos não termos tido acesso a ela.

De antemão, gostaríamos de esclarecer, entretanto, que não acreditamos em obras do tipo “Como transformar seu chefe atrasado em um líder inovador em 15 dias”, mesmo que o autor garanta o reembolso do dinheiro em caso de fracasso.

Embora a inédita disponibilidade de novas tecnologias possa alavancar transformações econômicas, sociais e culturais, estas últimas têm maturidade mais lenta que as primeiras. A cabeça das chefias será muito provavelmente uma mistura de todos estes fluxos, com ponderações que irão variar de pessoa a pessoa. O convencimento das chefias deve reconhecer essa “confusão”. É neste contexto que apresentamos as dicas abaixo sobre o que devemos evitar e buscar para ganhar a confiança de chefes.

Evite:

  • Ambientes envenenados pela fofoca e o disse me disse. Isto, além de prejudicar a saúde, certamente, o transformará em mais um agente da “não mudança”.
  • Atribuir todos os fracassos à chefia. Ainda que haja chefes pouco talhados para o exercício dessa função, veja se você também não tem suas lacunas.
  • Confrontar o chefe a cada conversa. Por mais seguro que você esteja de suas ideias, não convém fechar portas caso suas sugestões não forem aproveitadas.


Procure:

  • Transformar sua choradeira em projetos. Mesmo que eles não venham a ser levados avante, de forma imediata, você vai criando uma massa crítica que irá transformá-lo com o passar do tempo em uma referência que com certeza irá abrir espaços junto às chefias.
  • Participar de forma ativa do maior número de redes virtuais que agreguem profissionais envolvidos com a temática de gestão do conhecimento, inovação, modernização governamental e outras áreas de seu interesse. Isso será um grande trunfo que o credenciará junto às chefias de uma forma geral.
  • Montar um banco de dados sobre tudo que se refere à gestão do conhecimento e inovação. A Internet abriu possibilidades ilimitadas de acesso a bibliografias e experiências. Destaque, na forma de indicadores e infográficos, os mais objetivos possíveis, os aspectos positivos da adoção de novos métodos de trabalho, desde a diminuição de custos e desperdícios até a geração de serviços governamentais inovadores. Números que informam que a “água chegou no joelho” costumam sensibilizar chefias até então céticas em relação à inovação.


Dica Final:

  • Se nada disso der certo e, mesmo assim, você tiver a convicção de que pode colaborar com a melhoria dos governos, torne-se um empreendedor social. Hoje, ao contrário da era industrial, levar um negócio adiante, depende muito menos da disponibilidade de capital, a não ser o intelectual. Modelos de negócios mais recentes abrem possibilidade de que quadros de boa qualificação com expertise ou vocação para a administração pública possam ser úteis aos governos, mesmo estando fora dele.

Trecho do livro "Dá pra fazer" – Gestão do conhecimento e inovação em governo. autores Roberto Agune [et al.] São Paulo : Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, 2014. 

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