O evento, realizado no Auditório do Centro Operacional da Polícia
Militar (COPOM), no dia 04 de fevereiro contou com participação massiva dos gestores
públicos. Participaram cento e oitenta e nove (189) presentes neste diálogo.
Abaixo um breve resumo dos temas debatidos durante o evento.
Após credenciamento e café, Thiago
Souza Santos fez a abertura do evento e exibiu uma pesquisa empírica realizada
pela UCRH, com servidores, “concurseiros” e o público em geral sobre diversos
aspectos do Serviço Público, entre as questões da pesquisa estão: ‘qual a
imagem que você tem do serviço publico?’, ‘o que te motivou a entrar na
carreira pública?’. A pesquisa realizada
de forma não amostral e, portanto não científica, teve o objetivo de identificar
as expectativas que levam os indivíduos a procurarem a Administração Pública
como empregadora e fazer uma reflexão acerca de expectativas frente ao que
encontram de fato quando ingressam e frente às expectativas da Administração.
A primeira palestra foi de Fabiana Fevorini, coordenadora da Pesquisa “Melhores Instituições Públicas Para Você Trabalhar”, que faz parte do Guia Você S/A de melhores empresas para trabalhar.
Fabiana abordou a
origem do “Guia Você S/A de Melhores Instituições Públicas Para se Trabalhar”. O
objetivo da pesquisa é criar
referência na gestão de pessoas na área pública; revelar e premiar instituições
públicas que são destaque; e gerar conhecimento. A sua premissa contém métodos transparentes e simplificados, mas é
pioneira em ser voltada para o setor público.
Na seqüência, Fernando de Castro Fontainha, professor da Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro.
Fontainha se apresentou e abordou um pouco sobre o que é seu
trabalho científico, que é o estudo do concurso público no Brasil. Durante a
palestra, ele irá onectar o Estado com a sociedade, ou seja, as instituições
com os indivíduos. Ele questiona se o setor público é procurado pelos
“concurseiros” por idéias ou por vocação?
A atual forma de ingresso no serviço público é pouco inspirada em
bases vocacionais, analisa. Pois o concurso público não é voltado para a
organização e qualidade do serviço público, mas para proteger os interesses do
candidato.
Segundo ele, isso propicia a “flexibilização horizontal”, que se
baseia no fator de que a dificuldade para passar nos concursos incentiva o
candidato a buscar vagas em instituições que não eram sua primeira opção apenas
pelo desejo de trabalhar no serviço público, mas em um nível econômico
semelhante ao desejado. Ele considera isto como um mal, que gera um desperdício
de talento incomensurável. Fora isso, há também a “flexibilização vertical”,
que devido a sua formulação pode até ser mais danosa do que a primeira, pois é
àquela situação onde o candidato se propõe a trabalhar em uma área que ele não
pretende, em um nível econômico abaixo do que ele deseja, apenas para estar
dentro do serviço público para poder estudar e se preparar para passar no
concurso preferido, o que, segundo Fontainha, prejudica, em última análise, a
própria prestação de serviços ao cidadão, já que estes funcionários não se
interessam pelo próprio trabalho e não se preocupam com sua eficiência.
Após a conclusão da fala dos palestrantes, Thiago Santos coordenou uma conversa com os convidados e, logo em seguida, com a platéia, a qual participou ativamente com dúvidas e comentários sobre o tema.
Para o encerramento Thiago solicita
que os palestrantes façam suas observações finais sobre o tema.
Fabiana
agradece
o convite e afirma que se há situações em que o RH é engessado, que se use
avaliações para melhorar no que for possível. Ela instiga os presentes a serem
multiplicadores.
Fernando diz que dentro da realidade
atual há venda de conhecimento e, portanto, o único local para se passar em um
concurso público é o Cursinho, não a USP, por exemplo. Ele afirma que os
problemas que os ingressantes enfrentam são organizacionais. Portanto, afirma,
é preciso planejamento. Ele insiste que é preciso que o local de trabalho do
setor público seja para colocar em prática objetivos profissionais que sejam
objetivos das instituições e que obviamente não serão objetivos da vida privada
de cada individuo.
Thiago conclama
que realizem-se alterações, mesmo que pequenas, afim de que possibilite a
melhoria da Gestão Pública.
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