por Anaximandro O. Aahbran
“Os corajosos podem não viver para sempre, mas os cautelosos nem chegam a viver de verdade”
Richard Branson
Quando iniciei a minha vida profissional na área de recursos humanos me lamentei por ter vindo parar no “RH”. A única certeza que tinha na vida até aquele momento é que nunca trabalharia com recursos humanos. Não sei explicar claramente o motivo desta ojeriza pela área.
Tentando analisar a situação com os olhos de hoje, penso que o principal fator era a falta de conhecimento. Ainda tenho a leve impressão que algo, naquela época, não permitia com que eu enxergasse a área como atrativa profissionalmente. Talvez pensasse que o RH só servisse para abrir e fechar as portas dos profissionais (recrutamento e demissão). Outra representação que me salta aos olhos é a postura média do profissional de RH, como o guardião das normas, orientador de direitos e, principalmente, dos deveres. Enfim, um burocrata modelo. Nada disso me agradava e gerava a minha desconfiança.
O acaso, no entanto, como em um jogo trágico, arremessou-me para uma unidade de recursos humanos. Aqui estou agora. Hoje em dia já não tenho mais repulsa pela área. O RH é muito mais do que abrir e fechar as portas dos profissionais na organização, trata-se de uma área fértil em desafios e destinada a pessoas corajosas com vontade de transformação e superação. Arrisco ainda afirmar, como fez Jack Welch, que recursos humanos é a área mais importante de qualquer organização. E não somos vozes solitárias.
“alguém que investe em uma empresa está comprando um conjunto de talentos, capacidades, habilidades e idéias – capital intelectual, não capital físico”. Stewart
“O meio mais eficaz para aumentar o desempenho de uma empresa, a curto ou longo prazo, é elevar, sistematicamente, o nível dos talentos que nela se encontram”. Dumon e Holland
“O sucesso de uma empresa não está na excelência de seu plano estratégico para os próximos cinco anos, mas na qualidade dos homens que dela fazem parte”. Dumon.
“(...) a economia e a sociedade contemporâneas se estruturam em torno do conhecimento, que é produzido, disseminados e estocado em pessoas. Isso revela a importância estratégica do setor de RH”. Paulo Baroni
"Os funcionários vem em primeiro lugar. O modo como voce os trata vai ser o modo como irão tratar seus clientes". Richard Branson
Todas estas citações retratam a importância do principal foco do RH: pessoas. Seja pelo viés de realizar um processo de recrutamento e seleção de qualidade, garantindo profissionais adequados às necessidades da organização, com valores e posturas alinhados aos valores da organização, seja pelo viés de instituir programas de desenvolvimento profissional, de alocação inteligente de pessoal e de avaliação.
Certo é que para as organizações que acreditam que as pessoas são o seu ativo mais importante, estas devem começar a compreender como a função do RH converte essa visão em realidade, em fator de diferenciação e agregação de valor. Lidar com este cenário requer muita disposição, energia e audácia. Os profissionais de recursos humanos precisam urgentemente modificar a imagem de guardiões de normas se quiserem transformar a sua área de atuação. O RH é uma área criativa – ou se não é, deve ser.
Uma das premissas de uma atuação moderna e estratégica em recursos humanos é a reinvenção constante de suas práticas de trabalho e valores. Lidamos com gente e para gente, nada mais inconstante e que demande mais criatividade, dinâmica e flexibilidade. O RH deve, imediatamente, retomar sua força vital e abandonar o musgo criado por tempos relegado a segundo plano. O RH PRECISA OUSAR. Por isso, uma postura que deve fazer parte de um profissional da área é a audácia e a capacidade de se arriscar; fazer-se criativo para atender à altura as necessidades de nosso tempo.
Recursos Humanos deve ser sinônimo de ousadia. Reinvente-se!
Legal o texto. Torço para o RH no setor público seja visto para além do controle da folha de ponto.
ResponderExcluirAbraço.