Rodrigo Capelato
Gerenciar produto, preço e condições de pagamento de forma inovadora é crucial para escolas que disputam alunos das classes C e D.
Depois de um boom de novas universidades no Brasil nos últimos 20 anos, que levou ao inevitável aumento da concorrência e à queda nos preços das mensalidades, a gestão de uma instituição privada de ensino superior (IES) tornou-se tarefa muito mais complexa. Até quinze anos atrás, o espírito empreendedor era o grande diferencial competitivo de uma IES; hoje, é a capacidade de entender e gerir todas suas áreas críticas: acadêmica, regulatória, econômica, mercadológica e tecnológica. Agora, com 85% mais vagas que o número de ingressantes no sistema, o desafio é assustador.
Mas há algumas boas práticas que podem ser adotadas pelas escolas para alcançar uma gestão mais eficiente e trilhar caminhos para obtenção de melhores resultados, apesar da concorrência.
Este artigo concentra-se em questões no âmbito econômico — basicamente, em produto, preço e condições de pagamento. Para assegurar sua capacidade de competir e sobreviver, superando obstáculos, é preciso identificar potenciais oportunidades nessas três dimensões.
Com a saturação da demanda dos alunos das classes de renda A e B, o grande mercado potencial de crescimento para as instituições de ensino passou a ser os jovens das classes C e D, historicamente excluídos do ensino superior — sem acesso à restrita oferta de vagas nas universidades públicas nem renda suficiente para ingressar em uma universidade privada. Recentemente, a redução do valor médio das mensalidades, aumento da gama de financiamentos, ampliação dos cursos noturnos e ascensão social da população de renda mais baixa têm cada vez mais contribuído para inclusão desses jovens.
Observando o crescimento da população com 11 a 14 anos de estudo por faixa de renda, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o crescimento das matrículas no ensino superior privado, vemos claramente que, desde 2002, o que tem sustentado a expansão das instituições tem sido a inclusão de alunos das classes C e D.
E essa tendência continua. Mas há, aqui, oportunidades e ameaças. A grande questão é: como atrair, atender e reter esses novos alunos? Quais as diferenças entre eles e os jovens das classes de renda mais alta? Como otimizar a gestão de produto, preço e formas de pagamento para esses alunos em potencial? Vejamos, a seguir, algumas propostas de abordagem a essas questões.
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Artigo gentilmente cedido pela Revista Harvard Business Review Brasil (http://www.hbrbr.com.br/).
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