*por Sidnei Oliveira
Estamos assistindo a um jogo
diferente onde, de um lado, estão jovens expressando suas expectativas,
buscando freneticamente uma forma de equilibrar seus interesses com dos demais
jogadores, principalmente das empresas. Do outro lado, vemos gestores focados e
pressionados por resultados, mas frustrados, pois ainda estão esperando um
engajamento efetivo dos novos profissionais.
O cenário é estranho, pois
parece que o jogo simplesmente não está acontecendo como deveria.
Quando converso com
profissionais veteranos, os argumentos são quase unânimes em afirmar que o
jovem de hoje não parece interessado em trabalhar. Para esses profissionais, o
jovem está buscando atalhos para conquistar privilégios e benefícios sem
considerar que precisa dar sua contribuição de forma equivalente aos
reconhecimentos que deseja. Já é clássico o exemplo do jovem que acabou de
entrar na empresa e quer ser, ou melhor, acredita que merece ser gerente em
poucos meses.
Há um fator que torna esse
cenário ainda mais singular, que é o fato dos próprios veteranos sustentarem
essa situação, ou seja, “a peteca não cai” porque os profissionais mais
experientes não deixam. Quando eles mantêm o “jogo” rodando no ritmo que desenvolveram
em suas próprias carreiras, isso provoca uma reação mais acomodada por parte
dos mais jovens.
Tudo contribui para uma
sensação de impasse, afinal, as empresas precisam dos seus resultados e parece
que os únicos interessados em colocá-los acima dos próprios interesses pessoais
são os profissionais mais veteranos, pois, para o jovem, isso é absolutamente
inaceitável.
O mais irônico é que os veteranos
não aceitam mais sustentar o ritmo frenético sem a contribuição dos mais jovens
e, talvez, como forma de pressioná-los, acabam adotando um comportamento de
competição, deixando justamente de formá-los como sucessores.
Os profissionais mais
veteranos não estão totalmente certos em suas percepções. Há um novo jogo
acontecendo, com novas regras, novas ferramentas e novas possibilidades. Parte
dessas percepções existem apenas porque estamos vivendo um cenário em
transformação. Contudo, vale um alerta: o profissional mais experiente não é o
único responsável por construir esse novo jogo. Cabe a ele abrir espaço e
apostar no potencial desse novo profissional.
Agora, você que é jovem,
cheio de habilidades e informações, saiba que você é jogador nesse cenário e
deve participar, mesmo que precise rever suas prioridades, caso contrário, você
pode simplesmente ficar fora do jogo. Afinal, o mercado agora funciona com
novas regras, novas ferramentas e novas possibilidades, mas com uma verdade
imutável: se você quer reconhecimento,
privilégios e benefícios, faça por merecer.
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